Foragidos da Justiça depois de terem rompido a tornozeleira eletrônica, pelo menos dois paraibanos envolvidos nos atos do 08 de janeiro e denunciados por golpe de estado e abolição do Estado Democrático de Direito, decidiram sair do país. Com mandado de prisão preventiva em aberto, eles só pretendem voltar ao Brasil após a aprovação de uma possível anistia.
A informação sobre a fuga foi confirmada neste fim de semana pelo Jornal da Paraíba. Tratam-se da advogada Edith Christina Medeiros Freire, de 57 anos, e de Luciano Melo de Sousa, de 35. Ambos são alvos de mandados de prisão preventiva assinados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
De acordo com a fonte, ambos os paraibanos teriam viajado para a Argentina, onde solicitaram asilo, depois de terem se tornado réus no Brasil. Apesar da solicitação, ainda não tiveram uma resposta do governo daquele país.
Ao Jornal da Paraíba, o advogado Robério Capistrano, que representa os investigados, confirmou a informação. Segundo ele, seus clientes decidiram sair do Brasil porque se consideram inocentes e não teriam participado diretamente dos crimes.
O defensor informou que, levando em conta as denúncias da Procuradoria Geral da República, já aceitas pelo Supremo, as penas de Edith e de Luciano devem ser fixadas em 17 anos, o que ele considera ‘um exagero. “Vou provar que eles são inocentes e não praticaram o que afirma a denúncia”, disse.
Edith e Luciano foram denunciados por golpe de estado e abolição violenta do estado democrático de direito, pondendo pegar até 17 anos de prisão se forem condenados. Edith deixou de comparecer à Justiça desde julho do ano passado, e ele, em junho.
“Foram denunciados, inicialmente, por dois artigos. Cumpriram tudo o que a Justiça pediu, mas depois foram denunciados por mais artigos, com penas que ultrapassam 17 anos. Acredito na inocencia dos meus clientes”, afirmou o advogado.
Outros paraibanos foragidos
Além de Edith e de Luciano, são alvos de mandados de prisão Marinaldo Adriano de Lima e Giuseppe Albuquerque dos Santos, também porque teriam descumprido medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes.
Ao Jornal, Marinaldo citou as condições de vulnerabilidade social de sua família, o que segundo ele o impedia de ir à Justica toda semana. Além disso, o fato de ter sido intimidado por integrantes de uma facção criminosa, o levou a cortar a tornozeleira. A defesa de Giuseppe não foi localizada.
Também é procurado pelo STF, James Miranda Lemos, por suposto descumprimento de medica cautelar. Nesse caso, a defesa informou que a Justiça errou e que James comparece semanalmente ao Poder Judiciário, obedecendo a ordem judicial.