Agência Minas Gerais | Artista Caio Ronin retrata o cotidiano poético de bairro de Santa Luzia em exposição no Centro de Arte Popular 

O Centro de Arte Popular (CAP), no bairro Lourdes, em Belo Horizonte, recebe, a partir desta quinta-feira (15/5), às 19h, a exposição “Das Margens à Fonte”, do artista Caio Ronin, em uma celebração do cotidiano transformado em arte. A exposição segue aberta ao público, gratuita, até 29/6.

Com pinturas que equilibram delicadeza e potência, a mostra é um tributo visual ao bairro Nova Conquista, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), onde o artista vive e se inspira.

A abertura marca a participação do CAP na 23ª Semana Nacional de Museus que, em 2025, discute “O futuro dos museus em comunidades em rápida transformação”.

A exposição, cuja curadoria é assinada por Marcos Esteves, integra o programa Ano Mineiro das Artes (AMA), promovido pela Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult-MG).

 

Caio Ronin / Divulgação 

“Das Margens à Fonte” dialoga diretamente com o tema da Semana de Museus ao revelar como a arte captura – e ressignifica – as mudanças de um território em movimento.

Nas telas de Caio Ronin, cenas aparentemente simples – crianças em pontos de ônibus, o vaivém de moradores, o verde que insiste entre o concreto – ganham camadas de significado.

“Se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia”, disse o escritor russo Leon Tolstói (1828-1910). É esse o caminho do artista, que traduz em traços e cores a vida do Nova Conquista, oferecendo ao público uma reflexão sobre identidade, memória e futuro.

 

Para o CAP, acolher a mostra reforça seu papel como espaço que amplifica narrativas locais, conectando-as a debates globais sobre o poder transformador da cultura.

Caio Ronin

Do mural ao cavalete, Caio Ronin vem desenvolvendo suas habilidades de forma independente. Mesclando à sua sensibilidade, o urbano e a tradição – grafite, breaking, rap, funk, congadas e benzimentos – o artista trabalha em torno de retratos, elementos populares, plantas e animais, dando-lhes novos significados.

A arte é uma “presença” que extrapola o momento do seu processo criativo: o artista oferece oficinas, sessões educativas e atividades culturais para crianças e jovens. Ronin criou um espaço – o Projeto FloreSer – sem finalidades lucrativas.

23ª Semana Nacional de Museus

Entre segunda-feira (12/5) e domingo (18/5), museus de todo o país participam da 23ª edição da Semana Nacional de Museus, iniciativa anual do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) que celebra o Dia Internacional dos Museus (18/5).

Este ano, o tema “O futuro dos museus em comunidades em rápida transformação” propõe uma reflexão sobre o papel das instituições culturais em um mundo em constante mudança, com ênfase em três eixos principais.

O primeiro eixo aborda o patrimônio imaterial como expressão viva da memória coletiva, destacando como tradições e saberes populares podem dialogar com o contemporâneo. O segundo foco está no potencial transformador da juventude, colocando os jovens como agentes de renovação nos espaços museais. Por fim, discute-se o uso crítico das novas tecnologias, não como fim em si mesmas, mas como ferramentas para ampliar o acesso e a participação social.