A missa inaugural do pontificado de Leão XIV foi celebrada neste domingo, 18 de maio de 2025. Por isso, volto a ele na coluna desta segunda-feira (19).
Quando o século XX começou, o papa era Leão XIII. Ele morreu em 1903, e o primeiro Conclave do novo século foi aquele que escolheu Pio X.
Seguiram-se, ao longo do século XX, Bento XV, Pio XI, Pio XII, João XXIII, Paulo VI, João Paulo I e João Paulo II, cujo pontificado atravessou a passagem do século.
O primeiro Conclave do século XXI, em 2005, foi o que escolheu Bento XVI. O de Francisco foi em 2013. O de Leão XIV é o terceiro Conclave do século atual.
O papa Francisco era de 1936. O último que nasceu antes da II Guerra. Leão XIV é de 1955. O primeiro nascido depois do conflito. Portanto, um autêntico baby boomer.
Pertencem à chamada geração baby boomer os meninos e as meninas que nasceram após a II Guerra Mundial, entre os anos de 1946 e 1964.
Leão XIV nasceu Robert Francis Prevost no dia 14 de setembro de 1955, em Chicago, cidade dos Estados Unidos famosa por ser um dos berços do blues.
Fazia somente 10 anos que os Estados Unidos haviam jogado bombas atômicas sobre duas cidades japonesas, um dos maiores crimes cometidos contra a humanidade.
Quando Prevost nasceu, James Dean, um dos grandes ícones do cinema e da cultura pop do século XX, estava vivo. Acabara de filmar Assim Caminha a Humanidade.
James Dean, de apenas 24 anos, morreria menos de três semanas depois num acidente de carro, enquanto Marilyn Monroe, outro ícone poderoso do cinema e da cultura pop do século XX, fazia sucesso com a comédia O Pecado Mora ao Lado.
Prevost gosta de jogar tênis. No ano do seu nascimento, Tony Trabert, um americano como ele, foi campeão em Roland Garros, Wimbledon e no US Open.
Quando Prevost nasceu, os Estados Unidos eram governados pelo republicano Dwight Eisenhower, e Elvis Presley ainda não ainda não era o Rei do Rock.
Em 1955, aos 29 anos, Elizabeth II estava à frente do Reino Unido há apenas três anos, e os futuros Beatles eram quatro adolescentes vivendo no anonimato em Liverpool.
Em 1955, um militar – Manuel Odría – governava o Peru, o país onde, por causa do seu longo trabalho pastoral, Prevost se credenciaria a, um dia, ser o papa Leão XIV.
Robert Francis Prevost nasceu no tempo da Guerra Fria. O mundo de então era dominado por duas forças antagônicas, os Estados Unidos e a União Soviética.
Em outubro de 1957, Prevost tinha acabado de completar dois anos quando a União Soviética, ao lançar o satélite Sputnik I, deu início à corrida espacial.
Prevost foi criança e adolescente na turbulenta década de 1960, época dos Beatles, da pílula anticoncepcional, da minissaia, dos hippies e da chegada do homem à Lua.
A mesma década da guerra do Vietnã, da luta pelos direitos civis, do maio de 1968 e dos assassinatos de John Kennedy, Martin Luther King e Bobby Kennedy.
Prevost tinha três anos quando morreu o papa Pio XII, que, até hoje, muitos associam ao nazifascismo. E ainda não tinha oito anos na morte de João XXIII, em 1963.
Como religioso da ordem agostiniana, Prevost fez seus primeiros votos aos 23 anos, em setembro de 1978, a pouco mais de um mês da eleição do papa João Paulo II.
Leão XIV é o primeiro papa baby boomer. Pertencer à sua geração pode ser interessante, mas também revela que esse pertencimento corresponde a não ser mais jovem.
O social, o cultural, o ecológico e o eclesiástico. Vi em algum lugar como sonhos do cardeal Robert Francis Prevost e agora do papa Leão XIV. Que assim seja.