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Fundação recebeu mais de R$ 20 milhões do poder público, mas vereadores de Campina queriam mais

Hospital de Clínicas de Campina Grande. Reprodução/TV Paraíba

A Fundação Rubens Dutra Segundo, responsável pelo mutirão de procedimentos oftalmológicos no Hospital de Clínicas de Campina Grande, recebeu mais de R$ 20 milhões do poder público nos últimos anos – entre 2021 e 2025.

A maior parte dos recursos repassada pelo Governo do Estado – mais de R$ 15 milhões. Outros R$ 5,2 milhões foram contratados junto a prefeituras paraibanas, sendo R$ 3,3 milhões de Campina Grande.

O quantitativo de recursos impressiona.

Apesar disso, o volume de recursos poderia ser maior. É que os vereadores de Campina Grande apontaram mais de R$ 3 milhões em Emendas para serem destinados à entidade em 2024.

O dinheiro não chegou a ser pago porque o prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (UB), vetou à época o modelo de Emendas.

O montante ‘endereçado’ pelos vereadores três vezes maior que o que seria destinado à FAP – uma instituição com décadas de serviços prestados a pacientes oncológicos de todo o Estado. E seis vezes mais significativo que os recursos direcionados à APAE.

Ranking das entidades

A Fundação tem como representante o ex-deputado Robson Dutra.

Entidade usou dependências de Hospital do Governo

O caso do mutirão oftalmológico precisa ser apurado de forma rigorosa. As informações de que medicamentos com validade vencida tenham sido utilizados é inaceitável. Não pode ser minimizada pelos envolvidos.

Um outro ponto que também merece avaliação é o formato adotado para a execução dos serviços.

É que a Fundação Rubens Dutra, que é filantrópica, foi contratada para oferecer os procedimentos, mas usava as dependências do Hospital de Clínicas de Campina – do Governo do Estado.

Esse modelo, aliás, já provocou problemas para a gestão. Ano passado o MPF denunciou 5 pessoas na Operação Marasmo, entre elas ex-diretores. Um dos principais questionamentos feitos é que a unidade teria contratado uma empresa para oferecer refeições prontas aos pacientes, mas utilizava a cozinha do Hospital de Clínicas para confeccionar as refeições.

No caso do Rubens Dutra é preciso avaliar os termos do contrato. Algo que deverá ser acompanhado pelo Ministério Público.

O secretário de Saúde do Estado, Ari Reis, informou à Rádio CBN que o uso do ambiente hospitalar público está previsto no contrato. Ele defendeu o modelo.

“Isso é amplamente usado a nível nacional. Traz vantagens para o ente público, que não precisa pagar pelos leitos de unidades privadas”, argumentou, acrescentando que os R$ 15 milhões investidos foram usados para custear cirurgias, exames e outros procedimentos.

O contrato com a entidade foi suspenso após as denúncias.

Esse mutirão, em Campina, pode render ainda muito desgaste para os Governos. As falhas, visíveis, são absurdas.

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