No Agosto Dourado, a doação de leite materno ganha destaque na Paraíba como forma de garantir alimentação segura a bebês prematuros e de baixo peso. No estado, anualmente são coletados cerca de 8 mil litros de leite humano por 6.480 mulheres, e mais de 5.400 litros de leite pasteurizado chegam a 9 mil bebês.
Mesmo com crescimento de 5% ao ano desde 2020, o estoque flutuante atual é de apenas 90 litros, suficiente para atender a demanda por até 30 dias caso não houvesse novas doações. Os dados são do Banco de Leite Humano do Estado.
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Para aumentar a captação de leite durante o Agosto Dourado, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba, ampliou a rota de coleta por meio do projeto Bombeiro Amigo do Peito, que retomou as atividades desde a última terça-feira (12).
Com o objetivo de orientar mães e familiares sobre como participar desta ação, o Jornal da Paraíba reuniu informações sobre:
- O que é o Agosto Dourado?
- Como faço para doar leite materno?
- Onde doar leite materno na Paraíba
- Como armazenar o leite, quantidade mínima necessária e requisitos
- Como a doação ajuda bebês e mães
O que é o Agosto Dourado?
O Agosto Dourado é um mês dedicado à conscientização sobre a importância da amamentação e à doação de leite materno. A cor dourada foi escolhida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que considera o leite materno um “alimento de ouro”.
No Brasil, a campanha é instituída pela Lei Federal n° 13.345/2017 e reforçada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em alinhamento com a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), para aumentar as taxas de aleitamento materno.
O objetivo é fortalecer a Rede de Bancos de Leite Humano e garantir que bebês internados recebam leite pasteurizado de qualidade.
Como faço para doar leite materno?
Segundo a diretora do Banco de Leite da Paraíba, Thaíse Ribeiro, qualquer mulher saudável que tenha excesso de leite pode doar, em qualquer fase da amamentação.
Não é necessário sair de casa. Basta entrar em contato pelo WhatsApp (83) 99103-0059 ou pelo perfil do Instagram @bancodeleite.anitacabral. Uma equipe vai até o domicílio da doadora, orienta sobre a ordenha, fornece os materiais necessários e faz a coleta semanal do leite acumulado.
Além disso, o projeto Bombeiro Amigo do Peito também contribui com a coleta domiciliar, ampliando a entrega em bairros e municípios da Grande João Pessoa. Segundo Thaíse, “com a inauguração do Hospital da Mulher e a ampliação de leitos de UTI neonatal, mais bebês precisarão do leite doado, por isso a importância do aumento de viaturas coletoras”.
Onde doar leite materno na Paraíba
A Rede Paraibana de Bancos de Leite Humano possui seis bancos de leite em João Pessoa, Guarabira, Campina Grande, Patos e Cajazeiras, além de 20 postos de coleta em diversas cidades. Alguns locais de doação:
- João Pessoa: Banco de Leite do Hospital Anita Cabral, Av. Cruz das Armas, 1.581 – Cruz das Armas
- Guarabira: Banco de Leite Humano Merijane Claudino da Silva, Rua Prefeito João Pimentel Filho, 447 – Centro
- Campina Grande: Banco de Leite Humano Dr. Virgílio Brasileiro, Vila Nova da Rainha, 147 – Centro
- Patos: Banco de Leite Humano Dra. VilaniKehrle, Rua Elias Asfora, s/n – Jardim Guanabara
- Cajazeiras: Banco de Leite Humano Josefa Garcia Rolim, Rua Tabelião Antonio Holanda, s/n – Centro
Como armazenar o leite, quantidade mínima necessária e requisitos
O leite materno deve ser armazenado no freezer de casa logo após a coleta, para manter a cadeia de frio e a qualidade do alimento.
“É de suma importância a conservação do leite para que ele mantenha as características ideais para a oferta ao bebê prematuro”, explica Thaíse.
E vale ressaltar que, o contato para coleta domiciliar permite que o processo seja feito sem que a mãe precise se deslocar até um hospital.
Como a doação ajuda bebês e mães
Doar leite materno vai além de fornecer alimentação: é uma forma de garantir que bebês prematuros e com baixo peso tenham desenvolvimento saudável e proteção imunológica.
“O leite materno doado além de nutrir o bebê prematuro favorece também de forma mais rápida o desenvolvimento da saúde, protege contra infecções hospitalares, oferece anticorpos presentes no leite e contribui para o sistema imunológico da criança”, conta Thaíse Ribeiro.
Ela explica ainda que a doação auxilia mães que não conseguem amamentar diretamente os filhos. “Essas crianças são favorecidas com acesso ao leite humano, que confere mais saúde e garante o desenvolvimento pleno quando internas em instituições hospitalares”, completa.
Além disso, a doação ajuda a manter o estoque de leite nos hospitais, garantindo que todos os bebês internados recebam o alimento de forma segura e contínua, e permite que mães que não estão produzindo leite suficiente tenham seus filhos alimentados com leite humano pasteurizado, promovendo saúde e bem-estar.