Técnico construiu uma história repleta de alegria, aprendizado e formou uma equipe que se tornou uma família
A vida é feita de ciclos. A certeza de um início, é que um dia haverá um fim. Para o treinador do Badminton do Esporte Clube Pinheiros, Rafael Lajusticia, a passagem pelo Clube foi repleta de alegrias, aprendizado e, sobretudo, de desenvolvimento e formação de uma equipe que ele mesmo tem orgulho de chamar de família. O treinador que comandou a equipe na II Etapa do Circuito Nacional de Badminton em abril se despede para novos desafios na carreira.
“É muito difícil falar alguma coisa, foram oito anos junto com essa equipe, com a família Pinheiros. São inúmeras viagens pelo Brasil e também para fora. Não é um momento fácil, tomar essa decisão de sair foi bem difícil e passa um filme pela cabeça desde os primeiros campeonatos”, disse o treinador ao comentar sobre sua passagem.
Rafael Lajusticia chegou no Pinheiros em 2017, através de um convite feito pelo ex-diretor Renato Narkevitz, falecido em janeiro de 2024. Na época, o Badminton estava se consolidando com diversos associados jogando e necessitava de um nome para comandar a equipe. Foi aí que Narkevitz fez o convite para Lajusticia. “Estamos com o Badminton crescendo, queremos expandir e conseguir militantes, você tem interesse em fazer parte como treinador da equipe ? Convidou. E eu não pensei duas vezes e aceitei. Quando falamos de Pinheiros sabemos a grandeza e a qualidade que é em todos os esportes”, relembrou Lajusticia.
Antes de assumir o time, o treinador já conhecia o Pinheiros por ter atuado como atleta durante três temporadas. Já a carreira fora das quatro linhas, como treinador, iniciou em Santos, no Litoral Paulista.
E ao longo da sua trajetória no Azul e Preto, diversos atletas foram lapidados pelo treinador. “Foram trocas de experiências muito boas. Tanto do lado profissional, quanto pessoal. Sou uma pessoa muito envolvida com o trabalho e considero os atletas como uma família, foi uma evolução em conjunto”, disse o técnico, que sentirá falta desses momentos do dia a dia. “Esses momentos de convívio com essa galera é o que eu mais vou sentir falta. As emoções das competições , de jogos, de ver vitórias e sorrisos nos rostos”, completou.
Como técnico, Rafael Lajusticia conquistou com seus atletas diversas medalhas, destacam-se como mais importantes o Campeonato Sul-Americano de duplas masculinas, medalhas em duplas mistas e simples e uma medalha inédita para o Clube em 2024, com Welton Menezes, que foi campeão na simples masculina no Sul-Americano do Chile, mesmo torneio em que Mateus Cutti também subiu ao pódio, sendo campeão de Duplas Masculina, coroando um ano mágico para o comandante.
Essa última equipe, porém, tem um cantinho especial no lado direito de seu coração. “Esse grupo é uma família. Estamos juntos dentro e fora dos campeonatos. Tenho um carinho especial por ter trazido o Welton, o Caio, a Natalya, a Vivian. O Eduardo já estava aqui, porém, desde que trabalhamos juntos tivemos anos sensacionais, principalmente quando ele chegou nas quartas de finais do Pan-Americano”, relatou.
Por fim, o treinador não poderia deixar de agradecer todo o convívio também com os seus companheiros de função. “Desde quando eu cheguei fui muito bem acolhido. O meu contato com o Pedro sempre foi muito maior, porque eu me encontrava com ele durante os treinos. Já a Fran nos encontrávamos nas competições. São pessoas que vão fazer falta no meu dia a dia e que me ajudaram a crescer muito tanto no Pinheiros, quanto na modalidade.
E como toda a passagem deixa memórias, Batata, como é chamado carinhosamente pelos seus atletas, espera deixar também seu legado na história de cada um. “Que eles nunca desistam dos seus sonhos. Não foi uma trajetória fácil, todo mundo tem seus altos e baixos. Sempre falei para eles: A gente não pode desistir dos nossos sonhos, independente do que as pessoas estão falando”, comentou e, emocionado, dirigiu a palavra novamente aos atuais jogadores.
“A nossa parceria e a amizade que fizemos dentro e fora de quadra, essa união, foi importante para que conseguíssemos trabalhar e desenvolver não só como atletas, mas também como pessoas. É muito gostoso estar aqui trabalhando, performando e evoluindo”, finalizou.
Atletas expressam gratidão por Rafael Lajusticia
Se por um lado o técnico considera os jogadores como parte de sua família, por outro, os atletas também rasgam elogios ao trabalho desenvolvido e a pessoa que é Lajusticia.
Welton Menezes – “Eu já tinha trabalhado com o Batata no São Bernardo Badminton e desde lá tínhamos uma parceria. Ele foi um verdadeiro irmão, me trouxe para um intercâmbio em São Paulo, depois ao São Bernardo e, por fim, ao Pinheiros. Então é um cara super gente fina, me motivou muito, trabalha muito bem. Não é atoa que temos conseguido resultados expressivos. É uma pessoa excelente e vai deixar saudades”.
Natalya Geisler – “Foi ele que fez o apoio para que eu viesse para o Pinheiros. Temos uma amizade de parceiros, desde a época em que defendia o Ibirama Badminton até os tempos atuais. Ele é um verdadeiro amigo, uma pessoa excepcional como treinador. Eu particularmente evoluí muito quando treinei com ele e consegui resultados em todas as competições. Então isso mostra muito dele também. Vou sentir saudades, espero que ele continue no cenário do Badminton para que possamos nos ver em breve”.
Caio da Silva – “Conheci melhor o Batata em 2023, antes tínhamos um contato apenas em competições. Ele me acolheu e me recebeu no Pinheiros. São dois anos de muita parceria e amizade, não só dentro de quadra, como também fora. Foi muito bom ter ele nesse tempo, na técnica, na tática e também na vida”.
Eduardo Pierini – “O Batata foi meu treinador desde que eu comecei. Já são 10 anos de parceria. Ele foi uma pessoa que me ensinou muitas coisas no Bad e tivemos uma relação muito fraternal. Não só dentro de quadra, como também fora – Lembro quando tivemos o primeiro contato: Ele já era ex-atleta e eu era bem menor, começamos a bater peteca num festival que aconteceu dentro do Pinheiros”.
Vivian Iha – “Minha relação com ele era como filha e pai. Ele me ajudava muito na quadra, do modo dele. Sempre me tratou como uma filha, sou muito grata por todo o aprendizado e espero um dia reencontrá-lo nas quadras, em competições, ou aqui mesmo no Pinheiros, num retorno”.