Os principais caciques da Federação União Progressistas, formada pelos partidos União Brasil e Progressistas, decidiram afastar o grupo oficialmente do Governo Lula e deram um ultimato, nesta terça-feira (2), aos filiados e dirigentes: eles terão que entregar os cargos no Palácio do Planalto.
A decisão deve afetar indicações feitas por parlamentares paraibanos em diretorias e superintendências, mas não deve alcançar o ministro das Comunicações, Frederico Siqueira; nem o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira.
A avaliação é de que eles fazem parte da ‘cota pessoal’ do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União); e do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP) – respectivamente. E, por isso, deverão ser preservados nesse momento.
Mas além dos cargos, o movimento tem um impacto direto na costura que vem sendo tentada pela base do governador João Azevêdo (PSB) para viabilizar um palanque com o presidente Lula (PT) em 2026, com o vice-governador Lucas Ribeiro (PP) disputando o Governo.
Isso porque, a depender do senador Ciro Nogueira (PP), os palanques com o petista nos Estados não serão viabilizados. Ciro sonha em ser indicado como candidato a vice-presidente numa chapa da Direita e defende a verticalização dos apoios para impulsionar o seu projeto.
A oficialização da Federação na oposição, declarada hoje, deixará os ‘Ribeiros’ em uma situação delicada.
Eles certamente não querem perder o comando e a estrutura dos dois partidos para o senador Efraim Filho (União), mas ao mesmo tempo irão precisar convencer Ciro e Antônio Rueda de abrirem uma exceção para o petismo em solo paraibano.
Aliás, mais do que isso.
Terão que convencer, também, o PT nacional e a militância paraibana de que um eventual palanque com Lucas e Lula não seria tão somente uma ‘fantasia’ para contornar as conveniências do Progressistas – sem vestir a camisa, de forma efetiva, do projeto de reeleição do presidente.
Como já era esperado, a Federação caminhou hoje na direção de uma oposição ferrenha a Lula. Deixando para Lucas, Daniella e Aguinaldo, a espinhosa missão de se manterem no grupo com uma bandeira bem diferente da hasteada pela Federação em âmbito nacional.
O palanque Lucas e Lula, com o primeiro no Progressistas, fica a cada dia mais difícil.